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"Não é nada humilde insistir em ser quem não somos.". (Thomas Merton)"»♥«

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sexta-feira, setembro 14

Do uso das Realidades Materiais

Somos feitos de alma e de corpo; não podemos fazer abstração dessa dualidade em nosso comportamento. Por conseguinte, usa as realidades materiais. O Cristo conhece a nossa fraqueza, e empregou, como meios, por nossa causa, palavras e gestos, saliva e lama. Por nossa causa, quis que seu poder vivificante se comunicasse pela orla de sua veste (cf. Mt 9:20, 14:36), pelos aventais e lenços que haviam tocado o corpo de Paulo (cf. At 19:12), e até pela sombra do apóstolo Pedro (cf. At 5:15). Assim, ao longo de tua dura peregrinação pelo caminho estreito, apóia-te em todas as coisas terrenas como em um bastão, utilizando-as para te lembrares de Deus: que a brancura da neve e a limpidez do céu, o olho colorido da mosca e o calor do fogo, e todas as criaturas que teus sentidos percebem, te lembrem o Criador. Mas, recorre principalmente aos meios que a Igreja te oferece para "entregar teus membros a serviço da justiça para a santificação" (Rm 6:19). Antes de qualquer outra coisa, a Santa Comunhão do Senhor; mas também os outros mistérios e sacramentos, e as Santas Escrituras. A Igreja também te oferece os santos ícones da Mãe de Deus, dos Anjos e dos Santos, a oração feita diante deles, as velas e as lâmpadas, a água benta, o brilho do ouro, o canto. Recebe tudo isso com agradecimento, para tua edificação e consolo, benefício e progresso, enquanto prossegues o teu caminho rumo a um objetivo mais distante. Não temas a manifestação exterior do amor que tens pelo teu Senhor misericordioso e cheio de amor; beija a cruz e os ícones; enfeita-os com flores. Se apenas impedíssemos que se exprimisse exteriormente o mal que está em nós, a nossa boa vontade poderia respirar livremente. Se recebêssemos com amor o que nos é dado por amor, a atividade do nosso amor se tornaria mais ampla e mais poderosa; e é exatamente esse o objetivo de nossos esforços. Quanto mais copioso é um rio, mais se alarga a sua embocadura. Utiliza o teu próprio corpo como um auxiliar no teu combate. Submete-o e torna-o independente dos caprichos do homem velho. Faz com que ele partilhe os teus sentimentos de compunção: se queres aprender a humildade, torna humilde o teu próprio corpo e inclina-o para a terra. Ajoelha-te, com o rosto em terra, tantas vezes quantas puderes, quando estás só; mas levanta-te logo, pois toda queda é seguida de nossa elevação no Cristo. Faz muitas vezes o sinal da cruz: é uma oração sem palavras. Em alguns instantes, sem estar sujeito à lentidão da palavra, ele exprime a tua vontade de participar da vida do Cristo e de crucificar a tua carne; de aceitar, sem murmurar, tudo o que te envia a Santíssima Trindade. Por outro lado, o sinal da cruz é uma arma contra os espíritos maus: utiliza freqüentemente essa arma, atento ao que fazes. Para construir uma casa, é necessário montar uma estrutura. Só um homem forte não precisa de apoio externo. Mas, serás um homem forte? Não serás, antes, um fraco entre os fracos? Será que és mais que uma criança?

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