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"Não é nada humilde insistir em ser quem não somos.". (Thomas Merton)"»♥«

«Quaisquer que sejam teus sofrimentos, a vitória sobre eles está no silêncio.»(Abade Pastor) »♥«

sexta-feira, dezembro 27

A força que vem de Deus


Num primeiro momento nos sentimos destruídos, fracassados, rejeitados por todos. É assim que a nossa natureza humana nos faz sentir quando somos atribulados pela doença ou por outro tipo de tormento.
As nossas atitudes de início é de se acomodar e se entregar ao problema que está nos afligindo. Principalmente quando não somos pessoas muito ligadas a Palavra de Deus, em outras palavras, quando somos fracos de fé.

No entanto, quando tudo isso acontece e somos pessoas com princípios cristão e enraizados numa fé verdadeira, logo sentimos a presença de Deus mesmo nas tribulações. Mas será que eu estou falando isso porque eu li em alguns livros ou eu assisti pela TV alguns testemunhos? Não meu irmão, quando eu falo de fé, quando eu lhe digo para saber espera em Deus, quando eu peço para você sorrir na dor, ser alegre em meio ao sofrimento, é porque eu tenho sido testemunha de mim mesmo, é porque eu tenho experimentado no corpo e na alma o que é o sofrimento.Mas tenho na alma experimentado também a força e o poder de Deus agindo de forma tão milagrosa e amorosa.

Por isso, não desanime, não perca a chance que Deus lhe dá para viver. Mesmo que você ache que a sua vida é uma droga, que ninguém liga para você, que as pessoas lhes perseguem, ou  que nada dar certo naquilo que você tanto sonhou e apostou, não não ligue para isso. Pois Deus não desiste de você, Ele acompanha suas lutas, seus esforços e irá sempre proteger-lhe.

A força e o poder de Deus poderá transformar suas dores em alegria, basta que você tenha fé!
Fique com Deus!
PAZ E BEM!!!
Tarcísio Silva


Agradeço a Deus


Sim, agradeço a Deus pela vida.
Não reclamo das dores e sofrimento, pois tudo isso faz parte dos nossos erros e pecados.
Agradeço a Deus pela vida, pelos momentos de paz e de alegria vividos.São tantas coisas que eu deveria agradecer a Deus e às vezes me esqueço.
Vejo com Deus é bom, com ele vem conduzindo a minha vida sempre colocando pessoas especiais e bondosas que me ajudam a superar tantos desafios.
Por que fiar reclamando dessas amarguras, das dores e descontentamento, se Deus tem sido a minha vida o meu Tudo?
Durante a minha doença ele me deu a minha esposa, meus filhos para fazerem companhia, alegrar-me em certos momentos de tristezas. Se para cuidar de mim Ele colocou excelentes médicos e enfermeiros que lutaram até não ser mais possível salvar a função renal. Agora na hemodiálise colocou pessoas também maravilhosas e dedicadas.

Deus é o meu rochedo, a minha luz e Salvação.

Obrigado Senhor, por cuidar de mim, por zelar e me amar.
Fique com Deus!
Tarcísio Silva.

A hemodiálise não é o meu Deus


Quem não gosta de amanhecer o dia e contemplar lindos raios do sol, suas cores fortes e brilhantes que invadem o cenário de todo o universo?
Pois é, eu a poucos dias fiquei sem ter essa visão, não pude contemplar essa beleza divina  que confunde os mais sábios desse mundo. Sim porque a criação de Deus nem sempre é aceita pelos incrédulos desse mundo.

Não sou um super-homem, nem tampouco um deus ou alguém que não se sinta frágil e indestrutível, mas sou um homem de fé, de coragem também.
Lutar com uma doença grave e cheia de imprevistos não é fácil. ao mesmo tempo que eu me sentia fragilizado diante do tratamento teria que suportar calmamente as preocupações e tristezas dos meus filhos e a da minha esposa.No rosto deles eu percebia a vontade de que eu os dissesse que tudo era mentira, ou uma simples brincadeira.Mas aos poucos foram eles percebendo que tudo era verdade e que nós deveríamos enfrentar mais uma vez tão cruel e doloroso tratamento dialítico.
Numa situação dessas não existe sol, não existe amanhecer, pelo o menos por enquanto.Não é fácil para eles aceitar uma nova situação e que ao mesmo tempo já teria sido vivida a 12 anos atrás.

Contudo, Deus sempre foi o meu abrigo, a minha rocha e diante dessa fé e amizade com Deus, eu não desisto de lutar.Só apenas com um diferencial: preciso ser forte comigo mesmo e com eles. Não posso demonstrar para eles as minhas fragilidades ou debilitações. Estou sempre rindo, até crio situações de alegria, e contentamento em casa para que o clima seja sempre de harmonia e paz.

Por outro lado, eu creio em Deus e sei que apesar de uma situação tão delicada, um novo Sol e um novo amanhecer haverá de surgir.
Penso que não podemos perder a vontade de viver, de sonhar e de recomeçar.Enquanto Deus nos der a vida devemos lutar....
Mesmo na hemodiálise eu preciso ver sempre o sol brilhando, acordar e ver um lindo amanhecer e através dele sentir que é um desafio para um novo dia.
Eu preciso colocar Deus sempre acima da doença; Insuficiência renal Crônica, e do tratamento de hemodiálise.Não são eles que irão determinar meus dias de vida, mas Deus, somente Deus definirá a minha vida. Nenhuma doença nem tratamento deverá tomar o lugar e o poder de Deus.Eles são cruéis, mas não são eles os donos de minha vida.
DEUS É O MEU SOL MAIOR, ELE É O MEU SOL E O MEU NOVO AMANHECER!
Fique com Deus!
PAZ E BEM!!!!
Tarcísio Silva

domingo, dezembro 22

MOTIVADO PELA FÉ...

Quando passamos por alguma provação muitas vezes não sabemos como reagir diante dela. Não encontramos forças suficientes para poder lutar.Nos sentimos fracos, derrotados, perseguidos e desanimamos.
Mesmo que sejamos homens e mulheres de oração, em algum momento a voz humana quer falar mais alto do que a voz de Deus que insiste em fazer-nos lutadores.

Fazem quinze dias que fiquei internado no hospital Albert Einstein aqui em São Paulo, exatamente no domingo dia 08/12/2013 logo pela manhã acordei com uma dificuldade enorme de respirar e muita tosse, assim como o meu corpo totalmente tomado por uma inchação...
Minha esposa me levou imediatamente ao pronto socorro e fui direto para equipe de transplante renal, lá dentro recebi atendimento rápido.
Mas em questão de minutos, um médico veio até mim e já falou da perda total do enxerto renal.Aquilo para mim já significava um monte de problemas que poderiam surgir depois que eu fosse liberado daquela sala. assim na parte da tarde do mesmo dia eu fui para o apartamento onde eu deveria permanecer internado e eles poderem tratar da rejeição.
Na segunda-feira eu fiquei o dia inteiro tomando medicamentos e fazendo exames, mas na terça-feira eu recebi definitivamente o notícia do Dr. Marcelino de que o meu enxerto não estava mais com função, e que eu deveria voltar para a hemodiálise e lutar por um novo transplante renal.
Confesso que não foi fácil ouvir aquilo, que não era quilo que eu deveria ouvir depois de oito anos de transplante.A sensação que eu tive foi a de que o mundo girava sobre a minha cabeça, a minha mente criou um verdadeiro filme de tudo o que eu já havia vivido anteriormente com a minha esposa e meu filho ìcaro em 2001, mas agora era diferente, eu tenho a Sarah com seis anos e coincidentemente com a mesma idade do Ícaro quando adoeci a primeira vez.Naquele apartamento sozinho, eu fiquei sem voz, sem iniciativa e veio também um vendaval de perguntas e eu não encontrava respostas.
Finalmente na terça-feira eu fiz uma microcirurgia pela manhã e a tarde eu iniciei a hemodiálise, na parte da noite eu não consegui dormi, eu não encontrava paz dentro de mim.
Na quarta-feira eu comecei a refletir mais e comecei a perceber que tudo poderia ter sido diferente durante estes oito anos que se passaram. Que eu poderia ter morrido em vista de uma transplante mal realizado, um transplante que me trouxe mais doenças do que a saúde e que nos últimos dois anos as complicações aumentaram com frequentes internações e tomadas de medicamentos fortes para combater inúmeras infecções.
Agora sim, eu movido pela fé comecei a perceber a misericórdia de Deus para comigo outra vez, mais uma vez Deus zela pela minha vida, me dar a chance de viver. A hemodiálise é cruel, é um tratamento difícil, requer tempo e força de vontade de sobreviver.Mas tenho pela graça de Deus a oportunidade de viver ao lado de meus filhos e de minha esposa. De poder continuar levando a Palavra de Deus a todos, isso é bom!

Não irei dar lugar a depressão, não irei desanimar, pois sei que Deus é a minha rocha, o meu abrigo, a minha proteção. Ainda estou muito abatido fisicamente, o catete instalado no meu peito incomoda, dói, requer cuidados e higiene, mas sei que tudo é para a minha própria condição de vida, então irei permanecer otimista e confiante no Poder de Deus.

Continuarei lutando por um novo rim, continuarei lutando pela vida porque ela é um dom de Deus e eu preciso e eu quero viver.
Não quero nunca lamentar porque perdi esse enxerto renal, pois sei que Deus está comigo, e se eu o perdi é porque Deus sabe o melhor para mim.
Estarei sempre louvando e agradecendo a Deus pelo o dom da vida.Viverei sempre motivado pela fé....
UM FELIZ NATAL A TODOS MEU LEITORES!
Fiquem com Deus!
Tarcísio Silva.

Meditar como uma papoula


Foi assim que o jovem aprendeu a florescer…  A meditação é antes de tudo uma postura e foi isso o que a montanha lhe havia ensinado.  A meditação também é uma “orientação” e era isso o que a papoula estava ensinando-lhe agora: voltar-se em direção ao sol, voltar-se do mais profundo de si mesmo em direção à luz.  Aspirar em todo seu sangue, toda a seiva. Essa orientação voltada ao belo, à luz, fazia com que ele às vezes ficasse vermelho como uma papoula.  Era como se a “bela luz” fosse a luz de um olhar que lhe sorria, esperando dele um perfume qualquer…  Junto à papoula, ele aprendeu igualmente que, para permanecer na sua orientação, a flor deveria ter “a haste ereta” e ele começou a endireitar a coluna vertebral.

Isso lhe colocou alguns problemas, pois ele tinha lido em alguns textos da Filocalia que o monge deveria estar ligeiramente curvado.  Algumas vezes, até mesmo sentindo dor.  O olhar voltado para o coração e as entranhas. Ele pediu ao padre Serafim algumas explicações.  Os olhos do staretz o olharam com malícia: “Isso era para os fortões d’outrora.  Eles eram cheios de energia, e era preciso lembrar-lhes a humildade da sua condição humana, que eles se curvem um pouco durante a meditação – isso não lhes fará nenhum mal…  Mas você, você tem necessidade de energia, então, no momento da meditação, endireite-se, esteja vigilante, mantenha-se ereto e voltado para a luz, mas sem orgulho… aliás, se você observar bem a papoula, ela lhe ensinará não apenas a retidão da haste, mas também uma certa maleabilidade sob as inspirações do vento e também uma grande humildade…”

De fato, o ensinamento da papoula também estava presente na sua fugacidade, na sua fragilidade.  Era preciso aprender a florescer, mas também a fanar.  O jovem compreendeu melhor as palavras do profeta: “Toda carne é como a grama e sua delicadeza é como a das flores dos campos.  A grama seca, a flor murcha…  As nações são como uma gota de orvalho na beira de um balde…  Os juízes da terra acabarão de ser plantados, sua haste acabou de deitar raízes na terra… e então eles secarão e a tempestade os levará como uma palha.” (Isaías 40).

A montanha tinha lhe dado o sentido da Eternidade, a papoula lhe ensinava a fragilidade do tempo: meditar é conhecer o Eterno na fugacidade do instante, um instante reto, bem orientado.  É florescer o tempo que nos é dado a florescer, amar o tempo que nos é dado a amar, gratuitamente, sem porquê, pois para quem?  Por que florescem as papoulas? Assim, ele aprendeu a meditar “sem objetivo nem ganho”, apenas pelo prazer de ser e de amar a luz.  “O amor é a sua própria recompensa”, dizia ainda Ângelus Silesius.  “É a montanha que floresce na papoula, pensou o jovem.  É todo o universo que medita em mim.  Que ele possa ficar vermelho de alegria enquanto durar minha vida.”  Esse pensamento certamente era demais.

O padre Serafim começou a sacudir o nosso filósofo e mais uma vez o tomou pelo braço.  Ele o conduziu por um caminho escarpado que levava até a beira do mar, a uma pequena praia deserta.  “Pare de ruminar como uma vaca o bom senso das papoulas…  Tenha também o coração marinho.  Aprenda a meditar como o oceano.”

JEAN-YVES LELOUP, Escritos Sobre O Hesicasmo, Ed. Vozes 2003