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sexta-feira, março 23

PACTO DAS CATACUMBAS DA IGREJA SERVA E POBRE



No dia 16.11.1965 cerca de 40 Padres Conciliares celebraram nas catacumbas de
Domitila uma Eucaristia pedindo fidelidade ao Espírito de Jesus. Após essa celebração
alguns deles firmaram o "Pacto das Catacumbas".
Nós, Bispos, reunidos no Concílio Vaticano II, esclarecidos sobre as deficiências de nossa
vida de pobreza segundo o Evangelho; incentivados uns pelos outros, numa iniciativa em
que cada um de nós quereria evitar a singularidade e a presunção; unidos a todos os
nossos Irmãos no Episcopado; contando sobretudo com a graça e a força de Nosso Senhor
Jesus Cristo, com a oração dos fiéis e dos sacerdotes de nossas respectivas dioceses;
colocando-nos, pelo pensamento e pela oração, diante da Trindade, diante da Igreja de
Cristo e diante dos sacerdotes e dos fiéis de nossas dioceses, na humildade e na
consciência de nossa fraqueza, mas também com toda a determinação e toda a força de
que Deus nos quer dar a graça, comprometemo-nos ao que se segue:
1) Procuraremos viver segundo o modo ordinário da nossa população, no que concerne
à habitação, à alimentação, aos meios de locomoção e a tudo que daí se segue. Cf. Mt
5,3; 6,33s; 8,20.
2) Para sempre renunciamos à aparência e à realidade da riqueza, especialmente no traje
(fazendas ricas, cores berrantes), nas insígnias de matéria preciosa (devem esses signos
ser, com efeito, evangélicos). Cf. Mc 6,9; Mt 10,9s; At 3,6. Nem ouro nem prata.
3) Não possuiremos nem imóveis, nem móveis, nem conta em banco, etc., em nosso
próprio nome; e, se for preciso possuir, poremos tudo no nome da diocese, ou das
obras sociais ou caritativas. Cf. Mt 6,19-21; Lc 12,33s.
4) Cada vez que for possível, confiaremos a gestão financeira e material em nossa
diocese a uma comissão de leigos competentes e cônscios do seu papel apostólico,
em mira a sermos menos administradores do que pastores e apóstolos. Cf. Mt 10,8; At.
6,1-7.
5) Recusamos ser chamados, oralmente ou por escrito, com nomes e títulos que
signifiquem a grandeza e o poder (Eminência, Excelência, Monsenhor...). Preferimos
ser chamados com o nome evangélico de Padre. Cf. Mt 20,25-28; 23,6-11; Jo 13,12-
15.
6) No nosso comportamento, nas nossas relações sociais, evitaremos aquilo que pode
parecer conferir privilégios, prioridades ou mesmo uma preferência qualquer aos ricos
e aos poderosos (ex.: banquetes oferecidos ou aceitos, classes nos serviços religiosos).
Cf. Lc 13,12-14; 1Cor 9,14-19.
7) Do mesmo modo, evitaremos incentivar ou lisonjear a vaidade de quem quer que
seja, com vistas a recompensar ou a solicitar dádivas, ou por qualquer outra razão.
Convidaremos nossos fiéis a considerarem as suas dádivas como uma participação
normal no culto, no apostolado e na ação social. Cf. Mt 6,2-4; Lc 15,9-13; 2Cor 12,4.8) Daremos tudo o que for necessário de nosso tempo, reflexão, coração, meios, etc., ao
serviço apostólico e pastoral das pessoas e dos grupos laboriosos e economicamente
fracos e subdesenvolvidos, sem que isso prejudique as outras pessoas e grupos da
diocese. Ampararemos os leigos, religiosos, diáconos ou sacerdotes que o Senhor
chama a evangelizarem os pobres e os operários compartilhando a vida operária e o
trabalho. Cf. Lc 4,18s; Mc 6,4; Mt 11,4s; At 18,3s; 20,33-35; 1Cor 4,12 e 9,1-27.
9) Cônscios das exigências da justiça e da caridade, e das suas relações mútuas,
procuraremos transformar as obras de "beneficência" em obras sociais baseadas na
caridade e na justiça, que levam em conta todos e todas as exigências, como um
humilde serviço dos organismos públicos competentes. Cf. Mt 25,31-46; Lc 13,12-14
e 33s.
10)Poremos tudo em obra para que os responsáveis pelo nosso governo e pelos nossos
serviços públicos decidam e ponham em prática as leis, as estruturas e as instituições
sociais necessárias à justiça, à igualdade e ao desenvolvimento harmônico e total do
homem todo em todos os homens, e, por aí, ao advento de uma outra ordem social,
nova, digna dos filhos do homem e dos filhos de Deus. Cf. At. 2,44s; 4,32-35; 5,4;
2Cor 8 e 9 inteiros; 1Tim 5, 16.
11)Achando a colegialidade dos bispos sua realização a mais evangélica na assunção do
encargo comum das massas humanas em estado de miséria física, cultural e moral
dois terços da humanidade - comprometemo-nos:
 a participarmos, conforme nossos meios, dos investimentos urgentes dos
episcopados das nações pobres;
 a requerermos juntos ao plano dos organismos internacionais, mas testemunhando
o Evangelho, como o fez o Papa Paulo VI na ONU, a adoção de estruturas
econômicas e culturais que não mais fabriquem nações proletárias num mundo
cada vez mais rico, mas sim permitam às massas pobres saírem de sua miséria.
12)Comprometemo-nos a partilhar, na caridade pastoral, nossa vida com nossos irmãos
em Cristo, sacerdotes, religiosos e leigos, para que nosso ministério constitua um
verdadeiro serviço; assim:
 esforçar-nos-emos para "revisar nossa vida" com eles;
 suscitaremos colaboradores para serem mais uns animadores segundo o espírito,
do que uns chefes segundo o mundo;
 procuraremos ser o mais humanamente presentes, acolhedores...;
 mostrar-nos-emos abertos a todos, seja qual for a sua religião. Cf. Mc 8,34s; At 6,1-
7; 1Tim 3,8-10.
13)Tornados às nossas dioceses respectivas, daremos a conhecer aos nossos diocesanos a
nossa resolução, rogando-lhes ajudar-nos por sua compreensão, seu concurso e suas
preces.
AJUDE-NOS DEUS A SERMOS FIÉIS
Fonte:http://www.ccfmc.net/wPortugues/cbcmf/bibliothek/teolog_mission/Catacumbas.pdf

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