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sexta-feira, junho 15

Entendes tu o que lês?" Atos 8,30


Estamos acostumados com muitas leituras diárias, decorar muitos textos bíblicos e sair por aí assoprando nos ouvidos dos outros.Nos preocupamos muito mais em passar a imagem de quem sabe tudo das Escrituras do que propriamente por em prática o que lemos.

Não é difícil encontrar nas redes sociais várias pessoas discutindo alguns assuntos relacionados a Bíblia e a primeira atitude é logo citar capítulos e versículos pata justificar seus pontos de vistas.São cristãos despreparados, sem experiência e sem intimidade com a Palavra e a meditação.Pois citar capítulos e versículos não significa que alguém esteja vivendo na prática o que cita como justificativa.

A Lectio Divina é para ser vivida e traduzida na prática, e só assim podemos encontrar em nós mesmos pela graça do Espírito Santo, os argumentos suficientes para dar o testemunho da nossa vida como cristão.

As Sagradas Escrituras não é um simples manual onde escolhemos aquilo que nos agrada, ou desejamos que aconteça segundo a nossa vontade.AS Sagradas Escrituras é verdadeira luz que ilumina nossos passos quando a interpretamos de acordo com à luz do Espírito Santo.Assim sendo, passamos a entender que os textos sagrados nos forma, nos modela e nos transforma quando lemos e meditamos pedindo direção ao Senhor.

Veja como os Padres do Deserto, os primeiros eremitas cristãos entendiam os textos bíblicos:
De acordo com o método moderno de lectio divina, deve-se ler lentamente e parar num versículo o tempo suficiente para nutrir o coração ou o espírito, se não as emoções, e passar ao versículo seguinte quando os sentimentos tiverem esfriado ou quando se perdeu a atenção. Os primeiros monges, por sua parte, ficavam com um versículo até que eles o tivessem posto em prática.

Alguém vem ao Abba Pambo lhe pedir para ensinar-lhe um salmo. Pambo começa a ensinar-lhe o salmo 38: mas mal pronunciou o primeiro versículo: «Eu disse: 'Vigiarei meus caminhos, para não pecar com minha língua...'» o irmão não deseja ouvir mais nada. Diz a Pambo: «este versículo é suficiente para mim; possa agradar a Deus que eu tenha a força de aprender isto e colocá-lo em prática.» Dezenove anos depois, ele ainda estava tentando. (Arm 19, 23 Aa; IV 163).

Da mesma forma, alguém pede ao Abba Abraão, que era um excelente escriba assim como homem de oração, para copiar o salmo 33. Ele copiou só o versículo 15: «Afasta-te do mal e faze o bem; procura a paz e segue-a», dizendo ao irmão: «Ponha isto em prática primeiro, e então escreverei o resto...» (Arm 10, 67: III , 41)

Para os Padres,(do Deserto) pode-se conhecer a Bíblia assimilando-a ao ponto de traduzi-la na vida. Todo outro conhecimento que não leva a isto é inútil.

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