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terça-feira, janeiro 15

A Preguiça...



O grande santo Efrén soube muito bem porque colocou no primeiro degrau das paixões a preguiça. A preguiça é uma pesada nuvem que cobre a alma e não a deixa respirar. Obscurece a mente e não lhe permite ver as coisas com clareza. O preguiçoso está continuamente exposto ao desespero. Por isso a preguiça é um terrível inimigo que atenta contra a nossa vida.

Os Padres da Igreja a consideram mãe de numerosos males. São Basílio, o Grande a apresenta caracteristicamente como a causa de toda a maldade e, São João Crisóstomo, como a fonte de todo o pecado. Porém, também os demais vícios estão conectados com a preguiça, porque esta, causando o enfraquecimento da atenção, abre portas a outros vícios semelhantes que nos oprimem.

A preguiça é um fértil terreno para o crescimento da erva daninha dos pensamentos impuros, das ações indevidas e das más recordações. Nesta situação, o homem perde sua seriedade, sua dignidade e sua nobreza. Aborrece-se, irrita-se, e se entristece, vendo-se conduzido ao erro, a loquacidade, ao escárnio e à ironia.

O homem espiritual, escreve o arcebispo de Quersoneso, Inocêncio, clama: “Não permita, Senhor, que os dias de minha vida, tão breves e escassos, transcorram nas coisas futilidades das atitudes mundanas e na inércia. Não me deixe enterrar os talentos que me confiaste no terreno do esquecimento e da preguiça”.

Quanto mais avança em nossa alma a conquista da preguiça, tanto mais grave se faz a enfermidade. E deste modo a alma pode facilmente ver-se conduzida à confusão e ao desespero, que não são senão situações demoníacas.

Não é pequeno, desgraçadamente, o número das almas que, de diversos pontos de partida, por diversas razões e motivos, tem deixado em seu interior de resistir, dominados impiedosamente pela insatisfação e a desolação, pelo desgosto, tédio e a tristeza que se abrigaram em seu coração.

O espírito de desespero que surge do espírito da preguiça, da daninha preguiça de não cumprir os mandamentos de Deus, nos impedem de começar um itinerário espiritual.

O homem é chamado a ser santo. Se não chegamos todos à santidade se deve à preguiça que é diametralmente contrária ao desenvolvimento do homem espiritual, que é a negação de nossa evolução pessoal e a entrega à imobilidade.

São Nicodemos do Monte Athos, em sua preciosa obra “Exercícios Espirituais”, é muito preciso e eloqüente a respeito disso. Refere como o demônio abriu neste mundo uma escola de malícias, vendo que, ele mesmo, não teria tempo de dar aulas de maldade, e pôs em seu lugar, como professor, a preguiça, daí porque os piores se convertem em seus melhores alunos.

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